quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

CORRUPÇÃO CORRE SOLTA NO PROGRAMA BOLSA FAMILIA

Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) mostrou que os desvios e o mau uso de recursos públicos destinados ao pagamento do Bolsa Família e a outros programas federais no interior do País são uma prática generalizada e persistente. Graças às informações contundentes recolhidas pelos auditores, desfaz-se o mito segundo o qual essas irregularidades seriam apenas pontuais.
Mas é no Bolsa Família que o descontrole do dinheiro público é mais evidente. Dos 60 municípios sorteados na última fiscalização, nada menos que 59 apresentaram irregularidades na administração do dinheiro destinado à transferência de renda. Tal proporção indica que se está diante de uma situação comum e recorrente - na verificação anterior, constataram-se irregularidades em 58 das 60 cidades.
Há casos escandalosos. Em Abaiara, região do Cariri, no Ceará, os beneficiários incluem o sócio de um posto de gasolina.
Em Cipó, interior da Bahia, a CGU constatou que diversos servidores municipais com renda superior ao teto do Bolsa Família recebiam o benefício. Além deles, a própria filha do prefeito ganhava R$ 102 mensais do programa federal.
Em Boca da Mata (AL), funcionários públicos também recebem o benefício, assim como a integrante de uma família de comerciantes. Há diversos casos de beneficiários do Bolsa Família que não poderiam receber o dinheiro porque são também aposentados ou pensionistas.
Em Maracás (BA), constatou-se o pagamento a 54 famílias que apresentaram essa irregularidade.
Em Frutuoso Gomes (RN), o MPF explica que a gestora afastada intimidava beneficiários do programa com ameaças de perda do benefício caso falassem sobre as fraudes. Diante dos indícios de irregularidades e da interferência da ex-gestora durante a instrução do inquérito, o órgão federal ajuizou a ação cível que resultou em uma liminar determinando o afastamento da suspeita por 180 dias em outubro do ano passado.

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