O governador eleito Robinson Faria (PSD) tem, oficialmente, na base de apoio da Assembleia Legislativa, oito dos 24 deputados estaduais. Desses, dois aderiram no segundo turno das eleições. As urnas de 5 de outubro conduziram à Assembleia apenas seis aliados de Robinson: Fernando Mineiro (PT), José Dias (PSD), Disson Lisboa (PSD), Cristiane Dantas (PC do B), Carlos Augusto Maia (PT do B) e Galeno Torquato (PSD). No segundo turno, juntaram-se ao grupo os deputados Gustavo Carvalho (PROS) e José Adécio (DEM). Mesmo com essa minoria, apenas 30% dos parlamentares eleitos, os deputados não acreditam que o governador eleito terá dificuldade na chamada governabilidade em aprovar as matérias enviadas para o Legislativo.
Robinson Faria terá que articular e abrir o diálogo para garantir ampliação dos apoios
O deputado estadual Ricardo Motta (PROS), atual presidente da Assembleia, ressaltou que a Casa “nunca fez oposição ao Rio Grande do Norte”. “A Assembleia está de portas abertas, como sempre esteve para receber os projetos de interesse da sociedade potiguar. Não se trata de governo ou oposição”, destacou.
Ele disse acreditar que o Executivo e os deputados pensarão conjuntamente no Estado, na qualidade de vida das pessoas. Já o deputado estadual Ezequiel Ferreira (PMDB) analisou que o embate político-partidário foi encerrado no dia 26 de outubro. Para o peemedebista, o momento é de união de toda classe política para tentar tirar o Estado “do caos em que se encontra hoje”.
“Precisamos dar as mãos para trabalhar pelo Estado. Esse é o pensamento da classe política para que as políticas públicas desse Estado voltem a funcionar. Inadmissível termos saúde pública precária. Segurança que, lamentavelmente, pode ser substituída por insegurança pública”, avaliou o deputado.
Ezequiel Ferreira defendeu que o Executivo ataque medidas emergenciais para as prioridades em torno da execução de um projeto econômico para o Rio Grande do Norte. “A classe política precisa se unir junto com o novo governador”, observou.
Ezequiel Ferreira chamou atenção também para o projeto do Orçamento Geral do Estado. Ele defendeu que seja promovida uma rodada de discussão com todos os Poderes para que seja feito um “orçamento exequível” e oferecer condições para a administração do próximo gestor. “Não me recordo nesses últimos anos do Governo uma situação tão delicada, tão frágil. Precisamos de gestão eficiente capaz”, completou.
O deputado estadual Nelter Queiroz (PMDB) disse que, se estivesse no lugar do governador eleito Robinson Faria cuidaria dos projetos para o Estado e não se preocuparia com a Assembleia. “Nenhum deputado aqui tem coragem de votar contra os projetos bons para o Estado do Rio Grande do Norte, só se for louco. Vamos fazer uma oposição construtiva, sem ser raivosa, vigilante, pensando no Rio Grande do Norte. Não podemos pensar em picuinha”, ressaltou.
O deputado estadual George Soares (PR) ponderou que o relacionamento de Robinson Faria com o Legislativo dependerá muito do comportamento do chefe do Executivo e da forma como ele vai tratar os deputados. “Diante do Governo de Rosalba nós tivemos muitas dificuldades criadas por coisas pequenas, situações mínimas. E isso foi se agravando de tal forma que essa vinculação Governo-Assembleia foi totalmente rompida”, lembrou George Soares.
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