Eduardo Cunha afirma haver conluio entre o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e Dilma para prejudicá-lo
Diego Escosteguy
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do PMDB, disse agora à ÉPOCA que irá romper imediatamente com o governo Dilma. A radical decisão será anunciada amanhã de manhã, numa coletiva em Brasília.
“Não há mais volta. A partir de hoje, minhas relações com o governo estão rompidas”, disse Cunha. “Janot está claramente agindo em conluio com Dilma e o PT. Alguém precisa dizer basta! É um movimento político para acuar o Congresso.”
A fúria de Cunha deve-se ao novo depoimento, em delação premiada, do empresário Julio Camargo, que acusou o presidente da Câmara de receber propina no petrolão. Cunha está indignado: nega a acusação e critica severamente o fato de o depoimento ter sido concedido ao juiz Sergio Moro, em Curitiba.
Camargo disse o mesmo ao procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, mas esse depoimento ainda não veio a público. Por ter foro no Supremo, Cunha acredita que as declarações de Camargo ao juiz Sergio Moro foram ilegais.
Ele também diz que Camargo disse “mentiras” ao ser coagido por Janot, que ameaçara cancelar a delação premiada do empresário caso ele não entregasse o que sabia sobre Cunha.
O contra-ataque de Cunha não ficará nas palavras. O rompimento significa que ele mandará instalar duas CPIs na Câmara: uma para investigar os fundos de pensão e outra para apurar desvios no BNDES.
“Se Dilma e o governo me querem como inimigo, conseguiram. Não haverá mais trégua. Não serei intimidado”, disse Cunha.
Mesmo no recesso da Câmara, que começa agora, o governo Dilma não terá mais sossego, garante Cunha
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