
O líder do Democratas no Senado, José Agripino (RN), disse
temer o aumento da inadimplência entre os beneficiários do Minha Casa
Minha Vida que passarão a ter crédito de R$ 5 mil para financiar móveis e
eletrodomésticos. Afinal, acrescentou o senador, os juros são pesados
para quem ganha pouco: 5% ao ano e prazo de 60 meses para pagar. Nesta
quarta-feira (12), a presidente Dilma Rousseff anunciou que todos os
beneficiados pelo financiamento do governo federal receberão um cartão
magnético que será operado pela Caixa Econômica e pelo Banco do Brasil e
com o qual poderão adquirir o que desejarem dessa cesta de produtos.
“Você oferecer oportunidade às famílias pobres de terem em casa a
geladeira, o fogão é ótimo, agora às custas de uma bomba de efeito
retardado é outra conversa. A família, em um primeiro momento, tem
alegria de ter o fogão, a geladeira, mas, em um segundo momento, pode
ficar inadimplente, devedora”, disse José Agripino. O programa espera
atingir 2,4 milhões de moradias até o fim de 2014, e já contratou 1,96
milhão de casas. Com a medida, o governo estimula o consumo em momento
de alta inadimplência.
Uma das maiores preocupações da oposição é a de que o governo federal
use o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) na nova linha de
crédito. O temor de que recursos do FGTS sejam usados no novo programa
se justifica pelo histórico dos últimos anos. Segundo dados do Conselho
Curador, desde março de 2012 o Tesouro Nacional segurou em caixa cerca
de R$ 4 bilhões que deveriam ser repassados ao FGTS, relativos a
receitas arrecadadas com o adicional de 10% do fundo pagos por demissões
sem justa causa.
“O objetivo dessa linha de crédito é fazer com que as famílias tomem
esse dinheiro emprestado, se endividem, não tenham renda para pagar e,
mais do que isso, ativar a indústria brasileira que, por não ter
competitividade, não tem a quem vender. É a indução da venda de um
produto não competitivo, mais caro que o similar dos fabricantes fora do
país”, frisou Agripino.
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