A tradição do consumo para alguns produtos deve ser mantida na Semana Santa, mas com uma diferença em relação a custo, pois enquanto os ovos de Páscoa estão com os preços “mais adocicados”, o mesmo não se pode dizer para o pescado, que estão com os preços literalmente “mais salgados”. O diretor geral do Instituto Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), Daniel Bandeira do Nascimento, informou que duas pesquisas feitas no intervalo de uma semana (dias 3 e 7 de abril) “vão servir para orientação dos consumidores e para estimulá-los a pesquisar preços na hora de comprar o produto”.
Ovos de Páscoa: preços apresentam diferenças de até 215%
Daniel Bandeira disse que embora os preços de alguns ovos de Páscoa sejam altos, houve uma redução média no preço do chocolate de 9,72% em comparação ao mesmo período de 2013. Para ele, essa retração no preço ocorre pela mudança de hábito do consumidor, que passou a comprar barras de chocolates, que mesmo com o peso três vezes maior pode ser comprado mais barato do que um ovo de Páscoa.
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O Procon constatou que as diferenças de preços entre os estabelecimentos comerciais continuam grandes, chegando até 215,04%, o que confirma a necessidade do consumidor pesquisar antes da compra.
Segundo Bandeira essa diferença de preço do ovo de Páscoa pode ter ocorrido por dois motivos, o mais provável “é a falta de demanda, porque os consumidores deixaram mais de comprar”, ou então, que é a hipótese menos provável, devido a uma remarcação de preços. Com relação ao pescado, o diretor técnico do Procon, Pedro Henrique Saboya informou que a pesquisa só foi realizada em supermercados, “onde existe uma padronização de preços”. A pesquisa não foi realizada nas feiras livres e no Canto do Mangue, por exemplo, porque lá os preços variam “e depende da negociação e poder de argumentação do consumidor”, que pode alcançar uma redução de preço.
Pescado
De acordo com o Procon, houve um aumento médio de preço do pescado de 23,78% e de 9,02% do bacalhau. Pedro Saboya alerta o consumidor para a necessidade de observar com cuidado o peixe na hora da compra, quanto à sua qualidade, aparência, cheiro, cor e consistência, “no intuito de evitar problema de saúde, porque se trata de alimento perecível”.
A pesquisa do Procon mostrou que a diferença de preços do pescado também é grande, podendo chegar a 127% nos dez supermercados visitados pelos pesquisadores nos dias 3 e 10 de abril. No caso do bacalhau, foram pesquisados quatro tipos/marcas – Saith, Ling, Zarbo e Imperial do Porto. O bacalhau Saith é o que apresenta menor preço (R$ 23,24 o quilo), enquanto o Imperial do Porto é o mais caro (R$ 35,89 o quilo). Já a maior diferença de preços se deu no Zarbo, um aumento de 20,3% em relação a 2013.